Foram 217 startups inscritas no Programa de Inovação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), com soluções voltadas à cultura digital, eficiência operacional, experiência de compra e inteligência de dados. E se deste universo já foi difícil escolher apenas 40, e depois 20 para o Pitch day e 10 para o Bootcamp, imagina o que vem aí nas próximas etapas, até a definição da três vencedoras. “O ecossistema brasileiro de startups de varejo é muito relevante. Foi um grande desafio selecionar as melhores, pois vimos soluções impressionantes”, comenta o superintendente da CDL POA, Maico Renner.
Para ele, uma das riquezas do processo do Programa de Inovação, conduzido em parceria com a GROW+ e a Anlab, foi a conexão com ecossistemas de todo Brasil. O fato de ser 100% on-line possibilitou que startups de todos os estados se candidatassem. A iniciativa envolveu ainda o Cesar Labs, no Recife, o inovaBra e o Cubo, em São Paulo, a Acate, em Santa Catarina, e a Associação Gaúcha de Startups, o Tecnopuc e o Instituto Caldeira, no Rio Grande do Sul.
A três vencedoras serão premiadas com valores que podem chegar até R$ 30 mil, além da aceleração de seus negócios. Durante todo o processo de seleção e desenvolvimento, as startups terão a possibilidade de fechar contratos e parcerias comerciais com a CDL POA, aderir ao portfólio de soluções da entidade e acessar as três mil empresas associadas e as 130 entidades parceiras, que impactam em mais de 200 municípios do Rio Grande do Sul e 30 mil CNPJs.
Renner comenta que a ideia inicial era buscar empresas mais jovens, mas, com a pandemia, o foco passou a ser as que tinham com soluções mais prontas, que pudessem ajudar os associados da entidade imediatamente. “As demandas que antes eram para três a cinco anos, agora são para três a cinco meses. Os nossos associados tiveram que acelerar a sua transformação digital e nosso foco é apoiar isso”, conta.
A ideia é que tanto as vencedoras do Programa de Inovação como as demais startups que estão no radar da CDL POA possam compor o portfólio de soluções oferecidas pela entidade e seus associados, que já incluem mais de 30 ofertas, como ferramentas de prospecção e reativação de clientes e de análise e concessão de crédito. E sempre com uma atenção especial para as tendências que vem aí. Renner cita a China, onde os varejistas de moda, por exemplo, passaram a escalar os seus negócios durante a pandemia realizando Lives. Ou o movimento, que já começa a acontecer, de permitir o consumo de produtos como fogão ou uma cama, dentro de um programa de TV. “O consumidor está assistindo a sua novela e, de repente, pode adquirir ali algo que faz parte do cenário. Isso já é uma realidade”, diz.
Para o gestor, é preciso enxergar o desafio da inovação de uma forma ampla, em que é cada vez mais estratégico estimular talentos que possam desenvolver soluções para ajudar a resolver problemas do nosso dia a dia. Isso inclui ter perto da entidade e dos associados, jovens empreendedores com suas startups, incubadoras, aceleradoras e investidores. “Entendemos que a grande força de um ecossistema é a sua capacidade de estabelecer conexões e gerar um ambiente de negócios muito mais favorável para todos”, ressalta.
