O Grupo ArcelorMittal, líder mundial na produção de aço e um dos maiores players em mineração, vai destinar R$ 100 milhões para o desenvolvimento de startups no Brasil e na América Latina. A expectativa é que os primeiros desembolsos ocorram em julho deste ano. Com a criação do fundo, a expectativa é alcançar 15 startups nos próximos quatro anos, com foco em empresas com potencial de crescimento nas áreas de siderurgia, mineração, construção civil, indústria, sustentabilidade, logística, comercial, varejo e distribuição. Além do aporte, o grupo também oferecerá mentorias para as empresas selecionadas. Por enquanto, a siderúrgica é a única cotista.
A notícia é importante para o mercado, já que a inovação é, ao mesmo tempo, um dos principais desafios e uma grande oportunidade para o setor do aço, mercado tradicional e relevante na economia brasileira desde o início do século XX, quando iniciou o seu desenvolvimento no País.
A ArcelorMittal foi pioneira dentro desse segmento ao levar esse assunto a sério. A empresa faz um forte investimento em PD&I e conta com 11 centros de pesquisas em diferentes países. Em 2018, criou o primeiro hub de inovação da indústria do aço do mundo, cujo objetivo é aumentar a competitividade da empresa, além de viabilizar novos negócios e projetos em parceria com startups e o ecossistema de inovação aberta.
Batizado de Açolab, o espaço possui foco no co-desenvolvimento de Prova de Conceito (POC), na criação de Mínimo Produto Viável (MVPs) por empresas e, agora, em Corporate Venture Capital. O hub mantém conexões com cerca de 7 mil startups no Brasil.
“O Açolab tem como pilares o desenvolvimento de projetos com alto potencial de impacto e a cultura de inovação. Bebemos da fonte das startups e trazemos esse mindset mais ágil. Dessa forma, incentivamos nossos colaboradores a terem essa veia do intraempreendedorismo, exercitando o seu potencial criativo na busca da evolução do negócio”, contextualiza o gerente geral de Inovação, Novos Negócios e Açolab da ArcelorMittal, Rodrigo Carazolli.
Atualmente, há mais de 30 projetos inovadores sendo desenvolvidos. Um deles, da equipe vencedora da última edição do DNA Inovador, programa de aceleração da inovação que envolve o talento dos empregados da ArcelorMittal. A iniciativa consiste em um modelo computacional que utiliza Inteligência Artificial para evitar que equipamentos capazes de produzir aço gerem sucata.
Já outro projeto ocorre em uma parceria entre Açolab, a startup A2M e o Senai, busca reduzir as quebras de carvão devido a tombos durante o processo. “Os tombos acontecem em toda jornada do carvão. Desde que sai do forno pronto, ele é movimentado, sofre quedas e se esfarela (finos), o que resulta em uma limitação de uso. Estamos em fase de testes industriais desta solução, que consegue reduzir o percentual gerado de finos. Os resultados até então são promissores”, explica Carazolli.
GROW+ apoia jornada de inovação de player do aço
Sempre muito ativa nas suas ações com o ecossistema de inovação, a ArcelorMittal está realizando, em parceria com a USP e a GROW+, uma maratona de ideação para conectar estudantes aos desafios da construção civil: o Ideathon. O programa, com duração de quatro meses, prevê mentorias e capacitações para apoiar os alunos da USP na formatação de ideias envolvendo quatro temáticas principais: sustentabilidade, construções inteligentes, indústria 4.0 e novos modelos de negócio. Serão selecionadas 20 ideias e haverá premiações para os três melhores colocados.
“As universidades são celeiros relevantes de empreendedorismo e boas ideias. E a GROW+ tem nos ajudado a executar essa estratégia e cocriar com todos esses estudantes”, afirma Carazolli.