O número de laudos médicos com algum tipo de erro varia entre 10% a 25% no Brasil. São incorreções que vão desde as de detecção, quando o médico olha o laudo e não consegue avaliar corretamente, até os de interpretação, quando o profissional dá um diagnóstico equivocado, ou seja, diz que é uma doença quando, na verdade, é outra.
Mas, e se as instituições de saúde pudessem contar com uma mescla de tecnologia, como a Inteligência Artificial (IA), e o peer review (revisão por pares) de médicos mais experientes para diminuir os erros médicos? E, assim, melhorar a qualidade de serviço oferecido à população? Pois é esse desafio que move a Exper. A startup nasceu em Porto Alegre e está instalada no HealthPlus Innovation Center.
A empresa desenvolveu uma aplicação para clínicas e serviços de imagens que une a segunda leitura feita dos laudos médicos por médicos experientes e independentes a um software de detecção, com ferramentas que aumentam a acurácia da decisão. “Queremos melhorar a qualidade de laudo radiológico usando tecnologia e revisão de médicos”, explica Bruno Hochhegger, CMO da Exper.
Ele é um dos sócios da startup, junto com médicos radiologistas, biomédicos e um administrador de empresas. Juntos, eles vêm acompanhando o mercado internacional e viram que, nos Estados Unidos, por exemplo, a peer review com o uso da tecnologia é bastante comum. No Brasil, ainda é uma prática incipiente.
“Não basta outro radiologista olhar o laudo médico e falar o resultado. Queremos usar tecnologia para apoiar esse processo”, conta.
A operação já tem um software pronto para avaliar laudos de raio-x de tórax e tomografia de crânio. Mas, como gama de exames radiológicos é muito grande e não tem como fazer tudo por software agora, eles decidiram contar também com o peer review de médicos. “Com o tempo, a ideia é que seja 100% software”, projeta Hochhegger.
Startup aposta em ambiente de inovação
A Exper começou a operar em 2020 e já está faturando com clientes importantes. Isso vem ocorredo apesar do momento desafiador trazido pela pandemia. Hochhegger relata que a presença no Healthplus Center tem sido importante, especialmente, para os planos futuros da startup. Isso porque, a ideia é oferecer ao mercado novas soluções, como reconstruções tridimensionais e ferramentas mais modernas para a demonstração dos exames.
“Vamos buscar parcerias com empresas para incluir novas tecnologias na nossa solução, pois sabemos que não da para desenvolver tudo. Estar em um ecossistema como esse é fundamental para tornarmos o nosso portfólio mais completo”, analisa.
