Poucas pessoas sabem disso, mas o tratamento de uma doença, como a pneumonia, por exemplo, pressupõe que os médicos sigam vários passos e procedimentos previamente definidos para que o desfecho seja o melhor possível. São protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e por outras instituições, mas que, pasmem, ainda estão no papel.
Ou melhor, estavam. A Intmed, startup cearense, aposta no MedFlow, um software para protocolos médicos e clínicos, para automatizar e padronizar os atendimentos. “Criamos uma ferramenta que extrai todo esse conhecimento que hoje está no mundo off-line e viabiliza que o profissional passe a ter um guia para fazer o atendimento. Ele atende seguindo um fluxo que a gente desenhou junto com outros médicos”, explica o sócio da Intmed, Flávio Sousa.
São mais de 200 protocolos modelados de diferentes áreas e mais de 5 milhões de atendimentos já feitos seguindo protocolo digital. O principal cliente da startup é nada mais, nada menos que o Grupo Hapvida, maior operadora de saúde no Brasil, que atende muito Norte e Nordeste do Brasil, e que, recentemente, adquiriu um grupo em São Paulo.
O Medflow foi implantado lá e já está sendo usado em mais de 40 hospitais e 100 clínicas parceiras da Hapvida. “Essa é a nossa principal solução para podermos garantir que médicos sigam condutas recomendadas na relação com pacientes, evitando medicamentos e pacientes desnecessários e melhorando a saúde do paciente”, relata.
A parceria, conta, possibilitou uma grande expansão para a Intmed e, para o cliente, se refletiu em uma representativa redução de custos e melhorias nos processos de atendimento. Ao agregar valor para o contexto de transformação digital da operadora, a startup foi sendo convidada a participar de outros projetos, como prontuário eletrônico, triagem de pacientes e monitoramento fetal. “Passamos a ter um conjunto de software para fazer transformação digital lá”, relata Sousa.
A Intmed nasceu em 2017 com a proposta de levar inovação para a área da saúde. Souza conta que já tinha experiência de trabalhar com startups de saúde e o seu sócio, Bosco Ferreira, estava retornando da Inglaterra, onde fez doutorado em Engenharia de Software para a área médica, cheio de novas ideias. “Conversamos muito e daí nasceu o Interage, um software para interação medicamentosa que roda na rede Pague Menos em todo Brasil. Logo em seguida, porém, começaram as movimentações para a empresa passar a desenvolver o MedFlow, que viria a ser o seu principal produto.
A meta agora é crescer. E para isso a startup acaba de aterrissar no NINNA Hub | GROW +, inaugurado recentemente em Fortaleza para ajudar as empresas tradicionais e startups a se conectarem e reimaginarem os seus modelos de negócios.
Mais de 20 pessoas do time da startup já está lá. O foco é dar escala ao MedFlow com mais clientes e o desenvolvimento de um novo produto de análise de batimentos fetais, em parceria com uma startup de Israel. ”Queremos levar o nossos conhecimento para outros locais no Brasil. O nosso foco no NINNA é fazer conexões”, diz, comentando que a startup acaba de ser selecionada para o Scale-Up da Endeavor.