A assistente virtual Suri chegou ao mercado no início de 2020 e está sendo muito bem recebida pelas pequenas e médias empresas, público-alvo da solução de Inteligência Artificial criada pela Chatbot Maker. Com essa ferramenta, a startup está acelerando os negócios na pandemia.

“Foi o produto certo no momento certo. Saímos de 33 clientes para 110 em um pouco mais de um trimestre”, comemora o CEO e sócio-fundador da startup, Thiago Amarante.

O que está impulsionando a adoção é, justamente, o fato de a assistente virtual permitir que as empresas façam o atendimento de primeiro nível no Facebook, WhatsApp e em sites de forma simples, sem complexidades na integração com os sistemas próprios. “A pandemia da Covid-19 está exigindo rapidez na digitalização das empresas para o atendimento às demandas dos usuários. A Suri não exige que o cliente tenha uma estrutura prévia, pois nós entregamos tudo pronto”, relata o empreendedor.

A Suri atua como um operador virtual e, ao fazer um filtro das demandas que surgem pelos chats, consegue resolver 70% dos casos. Isso porque, a solução de Inteligência Artificial é treinada para responder a perguntas padrão, como que horas abre o estabelecimento, endereço, qual serviço prestado e quanto custa. Só se não entender algo é que a assistente virtual transfere para um ser humano.

Mas, qual a diferença da Suri para todos os chatbots existentes hoje no mercado? “Criamos a nossa própria solução de Inteligência Artificial, que vem com habilidades prontas para plugarmos nas empresas”, revela Amarante.

A grande virada da startup, e que se tornou um diferencial competitivo importante, foi quando decidiu não fazer mais a customização dos chatbots. Isso foi possível depois da experiência de mais de três anos criando chatbots para várias empresas e entendendo o que era comum em todos os casos, ou seja, as informações. “Ao invés de customizar e fazer todo processo de IA para cada solução, enumeramos habilidades comuns a todas”, conta.

De olho no futuro, a empresa tem um foco imediato, no qual o seu time já está trabalhando: adicionar na integração da Suri o Telegram, os e-mails e o Instagram – esta ainda depende do Facebook liberar ao mercado essa possibilidade.

O início da Chatbot Maker

Os dois sócios da Chatbot Maker começaram a empreender em 2012, inicialmente com o foco de criar uma solução digital para conectar pessoas. Na época, logo que a startup foi criada, Amarante recebeu um convite para morar nos Estados Unidos e continuou empreendendo a distância. Marlos Távora, seu sócio e COO da startup, também estava em outra companhia.

Foi assim, se dividindo, que eles levaram a operação durante um tempo. O escopo do produto que estavam desenvolvendo foi evoluindo com o tempo até que o Facebook anunciou a possibilidade dos desenvolvedores fazerem chatbot para o Messenger. “Pivotamos nossa startup e decidimos montar uma operação focada em chatbot para levar automação no atendimento das empresas aos seus clientes”, relembra.

E em 2017, com um investimento de R$ 85 mil de um investidor anjo, os dois iniciaram a Chatbot Maker. “O Távora deu um salto de fé e saiu da companhia em que atuava; dez meses depois eu também pedi demissão para me dedicar 100%”, conta.

Amarante, que é arquiteto de tecnologia, conta que as experiências anteriores funcionaram como uma espécie de estágio no qual eles tiveram que aprender desde como gerenciar um time, lançar produtos com marketing digital.

Hoje a Chatbot Maker conta com dez pessoas no time e está instalada no Ninna Hub, em Fortaleza (CE). “A sinergia que temos aqui com outras startups e com as empresas mantenedoras do espaço é incrível e tem resultado em muitos aprendizados e negócios fechados”, conclui Amarante.