A Dupar, Family Office dos sócios fundadores da Empreendimentos Pague Menos S/A, avança a passos largos na direção da era digital. São sete companhias no portfólio com atividades distintas e uma participação ativa, como cofundadora do NinnaHub, um dos principais hubs de inovação do Nordeste. “O nosso papel é diversificar os investimentos da família, criando novas opções ao negócio de varejo farmacêutico, dentro do conceito de asset allocation na otimização dos resultados. Temos startups de plano familiar, empresa de varejo pet, de logística, cosmético, corretora de seguros, entre outras, e para cada uma delas temos um desafio”, comenta Francisco Leite Holanda Júnior, membro efetivo do Conselho de Administração do NinnaHub e Head de Investimentos da Dupar S/A. Nesta entrevista, ele fala sobre os desafios trazidos pela pandemia da Covid-19, a necessidade de os líderes terem um mindset voltado para a transformação e dos cuidados que as empresas precisam ter com os concorrentes não óbvios.
Que lições um cenário como esse da pandemia, que acelerou a digitalização, traz para os negócios?
Francisco Leite Holanda Júnior – Uma delas é que precisamos estar sempre atentos às transformações dos negócios e criarmos uma cultura de inovação. Temos empresas no portfólio com atividades e ciclos financeiros de vida distintos, desde startups até players que já fizeram IPO. E independente disso, o que vimos é que todas estão passando por um processo rápido de transformação digital. Uma das operações é a Lauto, do segmento de logística. Esse foi um setor importante desde que começou a pandemia, já que enquanto as pessoas estavam em casa, era preciso transportar alimentos e os produtos vendidos no e-commerce. Hoje em dia, operações como Uber, Loggi, Rappi e iFood, que não são “puro sangue” de logística, é que estão revolucionando esse setor. Temos que ficar atentos aos concorrentes não óbvios.
Os gestores das empresas mais tradicionais estão conseguindo mudar a mentalidade para esse novo momento?
Holanda – As novas tecnologias estão aí para ajudar a transformar os negócios. Porém, é mais importante que os gestores, os C-Levels das empresas, estejam com a mente aberta e queiram participar desse movimento de co-criação. Tem muito oba-oba, a inovação caiu em um modismo, mas, ao mesmo tempo tem muito trabalho sério sendo feito. As empresas que não se prepararam para esse momento de aceleração dos negócios estão tentando correr atrás, e as que já estavam nesta caminhada, estão se beneficiando de toda essa transformação. Quem não entrar nessa jornada da transformação digital não vai ter longevidade, vai ser engolido pelos concorrentes.
As jornadas dos consumidores serão cada vez mais digitais?
Holanda – Sim, porém nem tudo será digital. Os processos que a tecnologias estão acelerando serão cada vez úteis, mas isso não significa abandonar o físico. Acredito muito no omnichannel (multicanalidade). Ou seja, termos a jornada completa a disposição do cliente para que ele escolha o canal off-line ou on-line. É preciso se adaptar rápido a essa nova realidade.
Como o Ninna Hub pode ajudar a transformar o Nordeste?
Holanda – O Ninna Hub veio para suprir uma lacuna e reunir no mesmo espaço físico os quatro principais stakeholders do ecossistema de inovação: empresas que precisam se transformar e querem criar o novo, a universidade, as startups e os investidores. Queremos acelerar conexões, fomentar o empreendedorismo e criar um ambiente de inovação no Nordeste mais maduro, como temos hoje em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Temos dois sócios fundadores, o Deusmar Queirós e o Paulo Baquit, que tem essa missão de devolver à sociedade o aprendizado da jornada empreendedora deles. E, desta forma, incentivar outros empresários a fazerem o mesmo. Também queremos ajudar no desenvolvimento da região e das pessoas. Temos muitos diamantes brutos para serem lapidados aqui. Queremos ajudar a criar a nova geração de empresários digitais do Ceará.
